terça-feira, 22 de agosto de 2023

PRECATÓRIO DO FUNDEF DE OURICURI DEVERÁ SER LIBERADO EM BREVE


NOTA JURÍDICA DETALHANDO OS PRAZOS PARA MANIFESTAÇÃO DAS PARTES (MPF, UNIÃO, P.M.O)  EM RALAÇÃO AOS PRECATÓRIOS DO FUNDEF DE OURICURI NO QUE DIZ RESPEITO AO RECURSO QUE JÁ ESTÁ DEPOSITADO EM CONTA.



SEGUIMOS NA EXPECTIVATIVA QUE A UNIÃO RENUCIE OS PRAZOS.









Em recente DECISÃO do dia 21 de agosto de 2023, o novo juiz federal de Ouricuri Dr. Arthur Nogueira concordou com a liberação da parte do Precatório do Fundef que será destinada aos professores da rede municipal que estiveram atuando entre outubro/2000 a dezembro de 2006.

Trata-se de Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública, iniciado pelo MUNICÍPIO DE OURICURI, em face de acórdão com trânsito em julgado, que deu provimento ao apelo do ente municipal, condenando a União ao repasse dos valores devidos a título de complementação do FUNDEF/FUNDEB. Este juízo expediu precatório do valor incontroverso, o qual foi devidamente pago. Posteriormente, foi determinada a liberação de 40% ao Município de Ouricuri, mantendose os outros 60% em conta judicial. 

Em decisão de id. 4058309.25930147, este juízo deferiu o pedido de levantamento de parte do precatório já pago, correspondente ao FUNDEB 60, pelo Município de Ouricuri, o que corresponde a 69,001% do montante presente em conta judicial, desde que os cálculos realizados fossem confirmados pela contadoria do juízo. 

Foi ainda indeferido o pedido de levantamento de honorários contratuais, determinando-se, contudo, o resguardo dos valores em conta judicial vinculada a este feito. Outrossim, considerando o trânsito em julgado dos embargos à execução correlatos, determinou-se a intimação da parte exequente para trazer aos autos o cálculo da diferença devida. Os autos foram enviados à Contadoria Judicial em Recife, a qual elaborou cálculos quanto ao valor ainda devido, considerando o trânsito em julgado dos embargos à execução (ids. 4058309.26818694, 4058309.26818926 e 4058309.26818936). 

O Município de Ouricuri concordou com os cálculos da contadoria judicial e pugnou pela Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfpe.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam... 1 of 5 21/08/2023 12:08 expedição de novo precatório, com o destaque dos 20% a título de honorários contratuais (id. 4058309.26994119). A União Federal, por sua vez, opôs embargos de declaração à decisão de id. 4058309.25930147, especificamente quanto ao deferimento do pedido de levantamento dos valores correspondentes ao FUNDEB 60 pelo município de Ouricuri. Sustentou que existem ações pendentes que impedem a referida liberação (id. 4058309.27067991). 

No que tange aos cálculos elaborados pela contadoria judicial, a União Federal manifestou concordância (id. 4058309.27097618). Peticionou o Município de Ouricuri pugnando pela expedição do precatório do saldo remanescente, com o destaque de 20% de honorários contratuais, bem como a liberação dos valores do precatório já pago, tal como decidido anteriormente (id. 4058309.27188713). 

Decorreu o prazo do MPF sem qualquer manifestação. É o breve relatório. 

Decido. Dos embargos de declaração opostos pela União Federal A União Federal opôs embargos de declaração, sob o argumento de omissão na decisão proferida. Arguiu que este juízo teria incorrido em omissão, uma vez que deferiu o levantamento de valores da conta judicial, sem se manifestar acerca de questões importantes levantadas na petição de id. 4058309.24169035, em que a União informou a este juízo a existência de ações ainda pendentes e que, portando, impediria a liberação de valores em tela, entre elas: - Agravo de Instrumento de n.º 0809866-90.2018.4.05.0000; - Ação Civil Pública n.º 0800035-83.2019.4.05.8309; e - Ação nº 0001422-59.2019.8.17.3020. Possui razão, em parte, a União, na medida em que, de fato, a decisão foi omissa ao não examinar o argumento de impedimento de liberação de parte dos valores, em razão da ação nº 0001422-59.2019.8.17.3020. 

Cuida-se de ação proposta pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ouricuri e visa a subvinculação dos 60% aos professores. No caso, contudo, entendo que tal ação não representa qualquer óbice à liberação dos valores. Explico. 

De início, cumpre ressaltar que, no caso, ocorreu o trânsito em julgado do processo de conhecimento, tal como dos embargos à execução, de modo que não há qualquer dúvida quanto à existência de condenação definitiva, razão pela qual o efetivo pagamento não deve ser obstado. Outrossim, o processo de n.º 0001422-59.2019.8.17.3020, apesar de ter como objeto o precatório judicial destes autos, não representa obstáculo à liberação de valores, Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfpe.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam... 2 of 5 21/08/2023 12:08 especialmente porque não há, até o momento, qualquer notícia de decisão judicial naqueles autos neste sentido. 

Neste ponto, importa rememorar, tal como já explanado na decisão embargada, que o bloqueio dos 60% ocorreu, como medida de cautela deste Juízo, em razão da acirrada controvérsia de sua destinação, isto é, se deveriam ou não ser destinados aos professores da educação básica. Isso porque a intensa divergência constituía, naquele tempo, um verdadeiro risco à municipalidade, razão pela qual o bloqueio era medida imperiosa. 

Em outras palavras, ao tempo da decisão que liberou apenas 40% do precatório judicial ao Município, apesar de inequívoco o entendimento de que ao menos 40% deviam ser aplicados em educação, havia uma controvérsia quanto aos outros 60% quando decorrentes de precatório judicial. Pairava a discussão doutrinária e jurisprudencial se o pagamento extemporâneo seria suficiente à desnaturação da subvinculação aos professores ou se permanecia hígido o comando constitucional de subvinculação. Posteriormente, em 16 de dezembro de 2021, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 114/21, a qual trouxe fim à controvérsia aqui exposta. Com muita clareza, o art. 5º, parágrafo único, dispôs que 60% dos valores a título de Fundef, complementados pela União em razão de processo judicial e pagos por precatório, deverão ser repassados aos profissionais do magistério, inclusive aposentados e pensionistas, na forma de abono. Assim, a partir de então, não mais há dúvida razoável quanto à necessária subvinculação de 60% dos precatórios judiciais referentes à complementação de Fundef/Fundeb. Nesta ordem de considerações, não há qualquer óbice à liberação dos valores, na medida em que (a) não mais se sustenta a existência de risco irreparável, seja para a municipalidade ou para os profissionais do magistério; e (b) não há notícias de decisão judicial nos autos de n.º 0001422-59.2019.8.17.3020 que impeça a liberação dos valores. Por outro lado, no que tange ao Agravo de Instrumento de n.º 0809866-90.2018.4.05.0000 e à Ação Civil Pública n.º 0800035-83.2019.4.05.8309, ambas foram explicitadas na decisão embargada, tendo este Juízo concluído pela impossibilidade de liberação da parcela correspondente aos honorários contratuais, não havendo que se falar, pois, em qualquer omissão. Do exposto, entendo ser o caso de dar provimento, em parte, aos embargos de declaração, apenas para complementar a fundamentação da decisão embargada, mantendo-se, contudo, a determinação de liberação dos valores correspondentes ao FUNDEB 60. 

Do requisitório suplementar Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que o precatório expedido nestes autos (e já pago), refere-se ao valor incontroverso de R$ 33.762.602.51 (trinta e três milhões e setecentos e sessenta e dois mil e seiscentos e dois reais e cinquenta e um centavos). Rememore-se que o Município, ao elaborar seus cálculos, apontou ser devida a quantia de R$ 60.830.445,19, utilizando-se como data-base 31/01/2014. Já a União, ao embargar a Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfpe.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam... 3 of 5 21/08/2023 12:08 execução, arguiu o excesso de execução, reconhecendo, na oportunidade, contudo, o débito de R$ 33.762.602.51, valor este considerado incontroverso. Em sede de sentença nos embargos à execução, julgou-se procedente o pedido deduzido "para determinar que os valores atrasados sejam atualizados da seguinte maneira: a) O cálculo da correção monetária, deve incidir o IPCA-E até junho de 2009. A partir de julho de 2009, deve ser utilizada a taxa referencial - TR (índice da caderneta de poupança); b) Os juros de mora serão devidos desde a citação no processo de conhecimento, sendo aplicável o índice de 0,5% a.m. (meio por cento ao mês), consoante art. 1º-F da Lei nº 9.494/97". Em outras palavras, reconheceu-se, em primeiro grau, a correção dos cálculos elaborados pela União Federal, de modo que, até então, não haveria valores suplementares a serem pagos pela executada. Contudo, em sede de embargos de declaração ao acórdão que negou provimento às apelações das partes, determinou o TRF5 que a correção monetária deve ser calculada de acordo com o decidido no Agravo de Instrumento n.º 0808611-68.2016.4.05.0000, isto é, com a aplicação de IPCA na correção monetária. Desta feita, observa-se que há, em verdade, uma incorreção nos cálculos da União Federal, na medida em que, no cálculo da correção monetária, utilizou o IPCA-E até junho de 2009, apenas, e, a partir de então, a correção foi realizada utilizando-se a taxa referencial - TR (índice da caderneta de poupança). 

Este o quadro, a Contadoria Judicial procedeu à elaboração de novos cálculos, utilizando-se o IPCA como correção monetária durante todo o período pertinente, na data-base janeiro de 2014, oportunidade em que concluiu que era devido o montante de R$ 42.217.196,55 (id. 4058309.26818926). Apontou, assim, ser ainda devido o valor de R$ 8.454.594,04 ao Município de Ouricuri (id. 4058309.26818936), dos quais R$ 5.840.834,63 correspondem ao valor principal devidamente corrigido e R$ 2.613.759,41 aos juros de mora. 

Desse modo, considerando a aquiescência de ambas as partes com os cálculos judiciais, é o caso de homologar os cálculos da contadoria (id. 4058309.26818936) e determinar a expedição de precatório suplementar. Neste ponto, considerando que os juros de mora correspondem a 27,62% do valor devido, deve ser realizado o destaque de 20% a título de honorários contratuais, consoante entendimento fixado na ADPF n.º 528. 

O precatório, contudo, deverá ser expedido com restrição de pagamento, no que tange aos honorários contratuais, que deverão permanecer bloqueados enquanto não ocorrer o trânsito em julgado da ACP n.º 0800035-83.2019.4.05.8309. Do dispositivo Ante o exposto: Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfpe.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam... 4 of 5 21/08/2023 12:08 (a) conheço dos embargos de declaração para dar-lhes parcial provimento, apenas para integrar a fundamentação da decisão embargada; e (b) homologo os cálculos da contadoria (id. 4058309.26818936) e determino a expedição de precatório suplementar na forma dos cálculos homologados, com o destaque de honorários contratuais de 20%, estes com incidente de bloqueio e condicionada a liberação ao trânsito em julgado da ACP n.º 0800035-83.2019.4.05.8309. 

À Secretaria: I - Após o trânsito em julgado desta decisão, expeça-se alvará em favor do Município de Ouricuri, para o levantamento de 69,001% do montante presente em conta judicial de n.º 3800126139535; II - Oficie-se à 1ª Vara Cível da Comarca de Ouricuri, em que tramita a ação de n.º 0001422-59.2019.8.17.3020, cujo objeto da demanda é a subvinculação aos professores de recursos do Fundef/Fundeb, comunicando-lhe desta decisão, em especial a liberação dos valores ao Município de Ouricuri; III - Expeça-se requisitório suplementar, consoante cálculos de id. 4058309.26818936, com o destaque de honorários contratuais de 20%. O requisitório deverá ser expedido com restrição de pagamento, na forma do art. 49, §3º, da Resolução n.º 822/2023 do Conselho de Justiça Federal. IV -Após a expedição do requisitório, dê-se vista às partes para manifestação por 5 (cinco) dias. V - Nada sendo requerido, encaminhe-se o expediente para pagamento, por intermédio do TRF5 e aguardem-se informações sobre o depósito do valor devido.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

LEI MUNICIPAL DO PISO DA ENFERMAGEM COM A "CARA" DE OURICURI

 


Mais de um ano após a aprovação da lei do piso salarial da enfermagem  Lei 14.434/2022, de 04/08/2022 pelo Congresso, o Ministério da Saúde pretende começar o pagamento do novo valor no contracheque de agosto.

Quais os valores fixados pelo piso da enfermagem?

  • R$ 4.750 aos enfermeiros;
  • R$ 3.325 aos técnicos em enfermagem;
  • R$ 2.375 aos auxiliares de enfermagem e parteiras.

No SUS, o Ministério da Saúde pretende começar a pagar o piso da enfermagem em agosto e informou que realizou "com êxito" um levantamento dos profissionais da categoria junto aos estados e municípios para definir os valores a serem repassados a cada unidade da federação.

A expectativa é que o pagamento pelo governo federal seja feito em nove parcelas. Até o momento, não foi divulgado nenhum calendário oficial com as datas de repasse - dessa forma, caso o início dos pagamentos seja realmente feito em agosto, é provável que o valor seja incluído diretamente no contracheque do profissional.

Quem vai receber o piso da enfermagem?

O Conselho Federal de Enfermagem registra um total de mais de 2,8 milhões de profissionais atuando no Brasil, sendo 693,4 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem, 1,66 milhão de técnicos de enfermagem e cerca de 60 mil parteiras.

Seguindo as diretrizes da Advocacia-Geral da União (AGU), o cálculo do piso salarial será realizado com base no vencimento básico e nas gratificações de caráter geral fixas, excluindo as de natureza pessoal.

Desde e ano passado, o SINDSEP que representa os servidores da enfermagem no âmbito municipal vem dialogando com o governo a implantação do piso. No entanto, é fundamental ouvir a categoria na elaboração da lei municipal, por isso que os servidores estiveram na Câmara Municipal de Ouricuri no dia 01/08/2023 participando da sessão ordinária solicitando a formação de uma comissão formada pelos parlamentares, governo, sindicato e profissionais da enfermagem. Essa comissão teria o objetivo de elaborar o texto da lei do piso municipal da enfermagem. 

A enfermeira Elisângela Mendes (Babi) representando os demais profissionais da enfermagem fez uso da palavra para falar sobre a importância de ouvir a categoria na elaboração do texto da lei, assim, teríamos um piso municipal com a "cara" de Ouricuri, onde seriam observadas as peculiaridades municipais. Disse que a enfermagem é fundamental para o SUS  e para a população, que finalmente esse reconhecimento virá através do piso. Os servidores aguardam ansiosos por essa valorização.